Um saludo aos amigos que gostam de enfurquilhar seja a trabalho ou lazer. Aos paisanos que amam a raça crioula, a melhor entre os eqüinos e fazem de sua convivência com o pingo, arreios, montaria praticamente uma religião das mais sagradas e puras, amadrinhada pelos caudilhos antepassados que se enchem de orgulho ao ver um vivente bem enfurquilhado batendo estrivo com sol

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Morfologia


MORFOLOGIA CAVALO CRIOULO




                Os resultados das pistas balizam  a seleção e norteiam os rumos do futuro da Raça .
                Por essa razão considero o julgamento um assunto de MÁXIMA RELEVÂNCIA que deve ser aberto à discussão pela ABCCC  despojado do estigma da homenagem e do amadorismo passando a tratar o assunto com o profissionalismo e o cuidado que ele merece.
                Essa discussão que não deve ser encarada como uma crítica à capacidade técnica do corpo de jurados. Apesar de  contarmos com excelentes jurados, cada um deles penaliza e bonifica diferentemente as deficiências e as qualidades morfológicas. 
                A inexistência de um método com parâmetros definidos num regulamento de  julgamento morfológico  do Cavalo Crioulo é a principal causa das discrepâncias  dos resultados nas pistas, principalmente na etapa morfológica do Freio de Ouro,  quando se atribui notas à classificação além dos concursos morfológicos das exposições .
                Não quero citar exemplos dessas disparidades ( algumas escabrosas), para não individualizar o problema e causar mais polêmica do que o assunto já contém. Isso é de conhecimento público e os casos se repetem anualmente em todas as etapas.
                                               O JULGAMENTO DE ADMISSÃO
                O primeiro passo  para qualquer julgamento morfológico é a ADMISSÃO.
                PARA QUE SERVE O JULGAMENTO DE ADMISSÃO?
                A admissão serve para ADMITIR COMO APTO A JULGAMENTO  o animal apresentado.               Para tanto o jurado de admissão deve medir o animal, e observar seu enquadramento dentro do padrão da Raça, além de verificar sua condição física e qualquer tara ou defeito grave que venha a apresentar.  Verificado qualquer problema o Jurado de admissão DEVE, NO MÍNIMO, COMUNICAR AO JURADO DE PISTA ALERTANDO-O  SOBRE  O ANIMAL, e até elimina-lo do certame conforme a gravidade do caso.
                Em qualquer Raça, de qualquer espécie a admissão funciona assim. Existe inclusive um regulamento de admissão.
                No Cavalo Crioulo não. A admissão é  “para inglês ver”, é um procedimento para cumprir tabela, sem a menor importância e nenhuma consequência.
                 Animais com uma alçada de menos de 3 cm que a mínima exigida, já foram contemplados com nota morfológica acima de 7,3 numa final do Freio de Ouro. Três possibilidades podem ter ocorrido neste caso :
                                 a ) Os jurados foram ludibriados por uma admissão mal feita.
                                 b) Os jurados não deram importância ao fato, mesmo  constando da súmula.               
                                 c) Há uma “orientação” aos jurados de admissão para que as medidas                                                                  “forçosamente “ estejam dentro dos parâmetros do standard.
                Qualquer uma das três possibilidades é profundamente lamentável.
                                Podemos até admitir que a marca não pode ser retirada, mas aceitar a participação numa exposição , onde se pretende mostrar o que há de melhor na Raça, de um animal fora dos padrões mínimos exigidos e ainda por cima premiá-lo com 7,3 é um descaso completo ao Regulamento .
                Se um parâmetro MENSURÁVEL como a alçada é completamente ignorado imagine o resto. O mínimo a ser feito num caso como esse seria  penalizar o animal, colocando-o no final da fila, quando o normal, seria desclassifica-lo para o evento mais importante da Raça.
                CHEGUEI A CONCLUSÃO QUE A ADMISSÃO É UMA ENCENAÇÃO, SEM A MÍNIMA CREDIBILIDADE E NENHUMA UTILIDADE.
                                                              
                              A TIPICIDADE
                Iniciando o Julgamento, a tipicidade deve ser avaliada em primeiro lugar.
                A falta de tipicidade pode ser grave , moderada ou  leve.
                É grave a atipicidade quando vários caracteres morfológicos não são típicos da Raça e a combinação deles põe em dúvida a origem do animal. Essa é uma deficiência GRAVE e como tal deve ser penalizada severamente. Exemplo : marcha trotada ou batida, conjuntos de cabeça pescoço e paleta comprometidos pela atipicidade.
                Moderada é a falta de tipicidade em uma ou outra parte do fenótipo, que mesmo  não comprometendo  totalmente o animal deve ser levada em conta com uma penalização moderada. Um bom exemplo é uma cabeça  ou uma garupa atípica, uma cola fina com pouca cerda etc.
                Leve é a atipicidade de detalhes como orelha, focinho, quartelas compridas , cabeça com pouca distância entre os olhos, excesso de pelos no machinho. A penalização por esse tipo de falta de tipicidade deve ser leve, mas deve ocorrer.
                Há caracteres atípicos que surpreendentemente, além de não serem penalizados,  vêm sendo valorizados nos julgamentos:
                1 Garupas planas
                     A angulação ideal de garupa do Cavalo Crioulo é definida como SEMI OBLÍQUA em                      nosso padrão racial. Garupas planas são atípicas devem ser penalizadas ao invés de                                    premiadas.
                2 Excesso de relevo muscular
                     Temos presenciado animais com um relevo muscular completamente atípico sendo                                     premiados . Cavalos com 600 Kg são considerados “normais” em nossas exposições                                   quando nosso padrão racial determina um máximo de 450 Kg. O Cavalo Crioulo NÃO                 TEM UM RELEVO MUSCULAR ACENTUADO. É  um cavalo sóbrio, de musculatura                                    discreta e  formas arredondadas, que nem de longe lembram a musculatura de um                              Quarter    Horse.
                3 Excesso de comprimento dorso lombar.
                      A retangularidade levada ao extremo tem premiado animais que parecem Crioulos                                      tipo “Basset Hound”. Para tudo há um limite, principalmente quando devidamente                     EXPRESSO EM NOSSO STANDARD  que recomenda : DORSOS MEDIANOS.
                4 Leveza de pescoço é uma qualidade que buscamos fixar em nossas manadas .                                Porém é comum a preferência por animais “degolados”, com um pescoço                                                   excessivamente fino chegando a ser débil na junção com a paleta.
                    A angulação de paleta, que determina o ângulo de  inserção do pescoço é mais                              importante  que a própria “leveza” do pescoço, já que se constitui num fator                            COMPENSATÓRIO no caso de um pescoço mais forte.
                É preciso cautela com as TENDÊNCIAS  ditadas pelo gosto pessoal , que se transformam em MODISMOS e vão se espalhando e tomando conta de nossas pistas, principalmente quando confrontam com o Padrão da Raça estabelecido no  Regulamento do SRG.
                Uma definição clara das penalizações por falta de tipicidade tornariam os julgamentos mais compreensíveis e menos polêmicos, dando uma maior uniformidade nos critérios de avaliação.
                É necessário que se defina QUAL É A PENALIZAÇÃO A SER APLICADA nos diversos graus de atipicidade, assim como nos outros caracteres morfológicos que abordaremos no próximo post.
                Boa Tarde                                         
Postado há por
fonte: cavalo crioulo ok 

Um comentário:


  1. Bom Dia! Achei muito interessante este blog:Gostária de saber qual o pêso do osso na pista e aimportância deste?

    ResponderExcluir