Um saludo aos amigos que gostam de enfurquilhar seja a trabalho ou lazer. Aos paisanos que amam a raça crioula, a melhor entre os eqüinos e fazem de sua convivência com o pingo, arreios, montaria praticamente uma religião das mais sagradas e puras, amadrinhada pelos caudilhos antepassados que se enchem de orgulho ao ver um vivente bem enfurquilhado batendo estrivo com sol

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Chile abandona a FICCC

CRIOULO OU CHILENO - A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

  

É  lamentável  a saída do Chile da FICCC sob o ponto de vista estratégico  e de integração regional, representando sem dúvida um retrocesso  no projeto de internacionalização do cavalo sul americano.
Há dois aspectos a serem analisados o zootécnico e o institucional da marca CRIOULO.
Sob o ponto de vista zootécnico , com certeza nossos amigos transandinos tem muito mais a perder que nós outros.
Enquanto nos aproveitamos da heterose propiciada pelo cruzamento, eles não foram competentes o suficiente para ter o mesmo resultado ao revés ( cruzamento com crioulos).
Está claro que as linhas de sangue mais importantes do Chile, há muito tempo foram introduzidas nos países FICCC,  que com criadores  de visão e mente aberta , souberam tirar proveito dessa genética, produzindo um cavalo superior aos seus ancestrais originais.
Outro ponto importantíssimo  a ser levado em conta sob o ponto de vista genético, é a origem dos reprodutores  chilenos que  realmente tiveram papel melhorador em nossas manadas.
Curiosamente a maioria absoluta eram cavalos de origem Aculeguana ( Criadero Aculeo) e La Invernada ( esse consequência daquele). Somente dois  cavalos   - Señuelo e Comediante- que a meu ver foram decisivos no melhoramento  fogem dessa regra, mesmo assim a partir da 4ª e 5ª gerações contam com Cristal e Quebrado projetando uma “linebreeding “ na origem Aculeguana.

Ocorre que esses criaderos não existem mais  e o maior número dos descendentes geneticamente mais próximos oriundos do Aculeo e La Invernada , seguramente estão no Brasil  e na Argentina.
Nunca é demais lembrar também, que o grande avanço ocorreu com os produtos  F1 ( meio sangue) até no máximo  com os F2 ( 3\4 ) , o que revela nitidamente a expressão da HETEROSE, como já analisamos em postagens anteriores.
Dessa maneira, o que tínhamos de aproveitar geneticamente já o fizemos, o resto é perfumaria. Exceção  aos de origem La Invernada além dos outros dois citados,  o resto ( maioria absoluta) não acrescentou nada em nossas manadas, pelo contrário, introduziram uma série de caracteres indesejáveis que hoje são facilmente identificados como: falta de tipicidade e harmonia, alçada, estrutura perímetro toráxico, resistência e rusticidade.
Há que se ressalta em primeiro plano  a  falta de visão zootécnica por parte dos chilenos, e o extremo conservadorismo e nacionalismo , contrastando com o nosso excesso de “liberalismo”, quando  adotamos sem limites,  uma opção genética que ao fim e ao cabo, não nos garantiu a manutenção de  nossa  marca  “CRIOULO” .
A declaração peremptória do Chile -chileno sim, criollo não- sem dúvida nenhuma prejudica
 “ a imagem institucional” do Cavalo Crioulo como MESTIÇO.
O uso e abuso por parte dos leiloeiros  da expressão CHILENO PURO,  como condição qualitativa de venda, passa agora a ser depreciativa  já que  Cavalo Chileno não é Crioulo?
Nós juramos de pés juntos que CHILENO  é CRIOULO,  já  os chilenos  afirmam categoricamente o contrário : CHILENO SIEMPRE - CRIOLLO NO!
Tecnicamente por definição, somos na melhor das hipóteses MESTIÇOS ,e os cavalos chilenos  nascidos no Brasil TRANSFORMAM-SE EM CRIOULOS, como num passe de mágica, ou por CIDADANIA ADQUIRIDA .
Daí vem o prejuízo para a “imagem institucional” a que me referi  anteriormente.
De certa maneira perdemos nossa identidade CRIOULA  a partir do momento que exageramos na dose dos cruzamentos, e mais ainda, quando supervalorizamos com objetivos meramente comerciais, o simples fato da origem chilena, como se isso bastasse para definir qualidade ou garantia de sucesso.

Só nos faltou  sairmos dançando a cueca chilena, pois chapéus ponchos e arreios, completaram a pantomima ditada pela “moda chilena” que assolou os crioulistas brasileiros.
Nossos irmãos argentinos e uruguaios  sabiamente foram mais cautelosos ,usaram a genética chilena mas ainda conservaram manadas livres, possibilitando um “retorno às origens”  e abstiveram-se de  enfatizar a origem como argumento comercial.
Quando formos indagados se um cavalo é crioulo ou chileno qual será nossa resposta?
Parece muito simples mas não é.
Fui questionado por um  criador sobre uma situação hipotética ( não me pareceu tão hipotética )  : Uma conspiração chilena!
Minha primeira reação, foi dizer a ele que estava assistindo muito filme de espionagem, ou lendo demais a Mario Puzzo.

Com a insistência de meu amigo em sua hipótese, comecei a considerar a remota possibilidade dela ser verdadeira . Realmente algumas circunstâncias apontam nessa direção, senão vejamos:
Os compromissos com a FICCC somente deram problema quando os primeiros cavalos de origem estrangeira  começaram a entrar no Chile.
A negativa da Federação de Rodeo na participação de animais estrangeiros.
A gota d’água foi o decreto presidencial que sepultou a possibilidade da inclusão do nome CRIOLLO na nomenclatura da raça Chilena.
Os argumentos apresentados pela delegação do Chile na FICCC são no mínimo  hilariantes para não dizer primários demais: 
Alegaram que não tem competência para cumprir os acordos que assinaram.
Que os registros genealógicos pertencem a três ou quatro outras instituições.
Que não tem poder de decidir sobre as provas chilenas, e por fim o nome CRIOLLO não era possível ser incluído pelo decreto do governo.
E para arrematar : que não sabiam disso.
Ora minha gente! 
Como é que assinam um documento que estão impedidos de cumprir?
Durante todo esse tempo ninguém soube que era incapaz de firmar esses compromissos?
É muito difícil acreditar nisso!
Por essas razões a teoria da conspiração de meu amigo começa a ter algum fundamento, mormente depois de trinta anos de propaganda gratuita feita pelos brasileiros, que tornaram conhecido um cavalo que até então vivia enclausurado entre os Andes e o Pacífico.
No momento de maior expansão da Raça Crioula dentro e fora do Brasil, nós perdemos um pouco de nossa identidade, pelo menos teoricamente aos olhos de novos criadores e usuários que pretendemos conquistar nessas novas áreas, poderemos  ficar na situação incômoda de oferecer MESTIÇOS, ao passo que os chilenos oferecem  os PUROS .
 Os chilenos de parceiros tornaram-se da noite para o dia nossos principais concorrentes em potencial, e o pior, aproveitando-se do enorme e exagerado “marketing” que nós crioulista construímos nestes últimos trinta anos para o CABALLO CHILENO.
Se olharmos por esse prisma, a “jogada estratégica” dos chilenos cheira a conspiração, que embora soe meio fantasiosa, não está de maneira nenhuma fora de questão, mesmo porque para eles não resta outra opção.
Se houve  a conspiração deve ter muito chileno rindo de nossa cara, se não houve, somente o tempo dirá ,  enquanto isso temos que parar de puxar  brasa para a sardinha alheia e defender nossa marca : CAVALO É  CRIOULO   - CHILENO SÓ PARA TEMPERO.

fonte: Cavalo Crioulo OK

quarta-feira, 27 de julho de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Morfologia

Morfologia do Cavalo Crioulo- Linha Superior.

  A lInha superior

Formada pela cernelha,o dorso e o lombo(ou rim), a chamada linha  superior, é um dos aspectos morfológicos  mais importantes no  processo de avaliação seleção e julgamento do cavalo crioulo.
Somente os aprumos e  as angulações dos eixos de força formadas pela conformação do esqueleto se igualam em importância à LINHA SUPERIOR.
Uma linha superior correta é um conjunto múltiplo de fatores  de tal importância que deve ser premiada em qualquer  avaliação e, buscada com obstinação pelos criadores para implantá-la ou conservá-la  numa manada.
Suas incorreções ou falhas  devem  ser motivo de penalização severa  numa avaliação morfológica ou julgamento.
Com uma gama de funções complexas e determinantes para a sustentação e transmissão das forças geradas pelo posterior, a qualidade ou a deficiência da linha superior tem consequências marcantes  nos movimentos do cavalo, principalmente  naqueles exigidos pelas nossas provas funcionais.
A primeira delas obviamente é a capacidade de suportar o peso do ginete aumentado consideravelmente pela força cinética, nas mudanças bruscas de direção e de velocidade , nos círculos fechados ,nos esbarros e giros.
Proporcionar uma acomodação adequada à sela preservando a espinha dorsal tem tudo a ver com a correção da linha do dorso e a cobertura muscular da linha superior, que quando deficiente chama-se escorrida causando uma série de problemas  que refletem negativamente nos movimentos que exige a explosão muscular e a retração do movimento.
A segunda e mais importante é a função de transmissão das forças oriundas do posterior que dão origem  a impulsão, a velocidade e a explosão. A flexibilidade da coluna tanto no sentido lateral quanto no sentido vertical determinam a elasticidade de movimentos laterais e o elevação do dorso exigido na REUNIÃO .

A REUNIÃO é a condição básica para a presteza na explosão e para os esbarros que exigem uma flexão drástica do dorso para a correta metida de patas.
A musculatura da linha superior é composta por um complexo feixe de músculos que variam de tamanho e forma, alguns se estendendo desde a ráquis até a nuca, fazendo ligações importantes com a espádua através do trapézio cervical e trapézio dorsal e com o bordo superior do pescoço.

A CERNELHA
Iniciando pela cernelha que no cavalo crioulo deve ser medianamente destacada procuramos destacar alguns defeitos graves  da cernelha :
1         Cernelha exageradamente alta ou cortante
Atípica, causa problemas na fixação dos arreios,tende a modificar o centro de gravidade comprometendo o equilíbrio geral. É admissível no cavalo de carrera
2         Cernelha  sem destaque ou escondida
Compromete o equilíbrio geral além de dificultar a suspensão das espáduas pela redução do trapézio .
3         Cernelha atrasada
Mal implantada desloca o centro de gravidade para trás e normalmente tem uma péssima ligação com o dorso.
4         Cernelha escorrida
É aquela que embora seja bem implantada e com destaque correto, dificilmente se obtém uma cobertura muscular eficiente ,geralmente toda a linha superior acompanha essa tendência sendo um caso de defeito grave.
      A altura da cernelha em relação a altura da garupa  vai refletir na qualidade ou facilidade de alguns movimentos.
 Uma altura idêntica dos dois pontos é o que mais se valoriza numa avaliação da linha superior, embora uma cernelha discretamente mais alta torna o dorso ascendente, que sendo discreto e moderado não deve ser penalizado ,pois torna o cavalo leve de espáduas, equilibrado nas ancas, sendo um dorso muito valorizado no cavalo de salto.
 Se a diferença de altura for pronunciada é um defeito grave chamado de dorso de girafa.
Já uma cernelha mais baixa que a garupa (na verdade o rim ou lombo), determina o cavalo gacho elevando o sobrepeso nos anteriores e normalmente dificultando o equilíbrio em terreno acidentado, além de aumentar a dificuldade de transferir o peso para os posteriores, na execução de movimentos curtos com explosão e retração e dar menos mobilidade a espádua.

O DORSO
O dorso, área compreendida entre a cernelha e o lombo(rim),deve ter uma ligeira curvatura acompanhando a “crista” da coluna cervical, com uma cobertura de possantes músculos que formam um teto , uma cobertura , que guarnecem as goteiras dorsais vertebrais.
Os defeitos mais comuns do dorso são: 
1         O dorso côncavo ou “ selado” resultando na falta de harmonia, uma insuficiência de solidez e de transmissão  de forças oriundas do posterior,
2         O dorso mergulhado  leva a imperícia em terreno acidentado, ou em troca de mãos constantes ,embora seja apreciado para o cavalo de corrida causa grande fadiga nos membros anteriores.
3         O dorso convexo ou de carpa, geralmente descarnado, embora tenha grande solidez encurta as andaduras e predispõe o cavalo a se alcançar.
4         O dorso ascendente já comentado quando analisamos a cernelha.
O LOMBO
O Lombo corresponde às vértebras lombares,que são as únicas a lhe servirem de eixo rígido.
Dessa maneira é a parte mais frágil de todo o perfil superior do cavalo.
Para identificar com precisão o lombo ou rim ele inicia na frente pela última costela e atrás pelo ângulo externo do ílio( aquele osso saltado que inicia lateralmente a garupa).
O lombo termina bem encima da garupa.
A união entre o dorso e a garupa é feita pelo lombo ou rim, que deve ser curto para suportar a carga, e coberto pela mais potente musculatura, sendo que o lombo cortante é fraco e defeituoso devendo ser severamente penalizado.
Apesar de aconselhável  sua retidão, suavidade  e conexão sem transição brusca com a garupa, é admissível uma leve saliência na sua união com o sacro, considerada valiosa no caso de cavalos de salto.
Embora o lombo da égua seja  mais comprido que do macho, é aconselhável um lombo curto, poderoso e flexível, o que facilitará muito os movimentos laterais e os giros.
Em caso contrário, o cavalo será vacilante e falseará, tornando difícil o movimento de recuo e o esbarro.
A linha superior do cavalo deve ser premiada com ênfase em qualquer avaliação no caso de sua correção, assim como penalizada devidamente em caso contrário.
Devido a sua complexidade e a imensa quantidade de genes envolvidos no código genético que determina sua formação, a linha superior é dos caracteres morfológicos de menor herdabilidade sendo assim de difícil correção.
A implantação e manutenção de linhas superiores corretas deve ser juntamente com aprumos e angulações a principal preocupação do selecionador e do jurado que não podem  ser condescendentes com suas imperfeições, ao mesmo tempo que devem exaltar devidamente suas qualidades.
Muitas vezes nos deixamos encantar pela beleza e esquecemos a correção, fazendo vista grossa para alguns defeitos. No caso da linha superior temos o dever de ser implacáveis na avaliação.

fonte: Cavalo Crioulo OK

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pealo De Cucharra


O vento norte assobiava
O dia era mormaçento
Eu, que não gosto de vento
Já levantei meio azedo
E louco por um enredo
Fui gritando com o tostado
Que pateava atravessado
Querendo negar o estribo
Qualquer mau jeito é motivo
Quando o santo tá virado. (declamado)
Nem aquentei a cambona
E no mais do que num upa
Fui à mala de garupa
Peguei a guampa de canha
E fiquei cheio de manha
Procurando a josefina
Não vê que a diaba da china
Inventou de posar fora
Gastei roseta de espora
No rastro desta malina.
Fiquei que nem touro alsado
Tranqueando de lombo duro
Na guampa não tenho furo
E sou índio meio touro
Para aguentar desaforo
Por coisas do coração
Se me criei como peão
Vivendo meio à trompaço
Não vou perder o compasso
Por china sem compaixão.
Pois quem se manda à la cria
E não volta mais pro ninho
Quem sempre viveu sozinho
Não estranha a solidão
Pois o potro redomão
Não se doma com buçal
Quanto mais índio o bagual
Caborteiro pros arreios
Ninguém me coloca o freio
Muito menos o buçal.
O amor é como o vício
Sempre enreda o cantor
Igual o cheiro da flor
Que perfuma a solidão
Por ter vivido em galpão
Tive tempo prá pensar
China com brilho no olhar
Tem fogo no recavem
Não se amarra em ninguém
Vive sempre a procurar.
E nesta vida campeira
Cada coisa em seu lugar
Deixa o vento soprar
E a china com seus caprichos
Prá isso existe o bolicho
Prá afogar as mágoas na canha
Pois o amor é como farra
Ninguém gosta quando acaba
Mais qualquer chinoca sabe
Quando o pealo é de cucharra.

letra música: Os Pampeiros

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Inscrições para o Acampamento Farroupilha

As inscrições para o Acampamento Farroupilha em Porto Alegre ficam abertas até o dia 22 de julho. O registro deve ser feito no Galpão da SMIC, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. O atendimento é das nove da manhã ao meio-dia e da uma e meia até às cinco e meia da tarde.

Nossas Raízes é o tema dos Festejos Farroupilhas 2011 aprovado pela Comissão Estadual e homologado pelo Congresso Tradicionalista Gaúcha, do MTG. A proposta é bastante abrangente e tem como objetivo explorar a história do Rio Grande do Sul e buscar, em alguns episódios e períodos, indicadores da identidade do povo gaúcho.

Para bem desenvolver a idéia de explorar as raízes da formação sócio-cultural do gaúcho sul-rio-grandense foram selecionados os seguintes momentos da nossa história:

1. OS JESUÍTAS NO TERRITÓRIO GAÚCHO
As reduções jesuíticas constituídas entre 1626 e 1641. A introdução do gado pelos Pe. Cristovão de Mendonça e Pedro Romero, o que resultou nas vacarias do Mar e dos Pinhais, além do uso do cavalo na lida campesina. Mais tarde, com o retorno dos jesuítas ao território temos a formação dos Sete Povos das Missões. Deste segundo momento podemos explorar a questão da religiosidade, da expansão da erva-mate, as esculturas e a música (1682 a 1756). Importante estudar a Guerra Guaranítica (1754-1756) e suas consequencias.


2. A TERRA DE NINGUEM
O período compreendido entre a chegada dos jesuítas e a chegada dos portugueses caracterizou-se pela ausência de governo, de regramento e de organização mínima daquela "sociedade" que começava a aparecer, com predomínio da exploração do gado e o comércio do couro. Surge aí o tipo humano denominado "gaudério", depois batizado de gaúcho. Foi nesse período que os portugueses instalaram a Colônia do Sacramento (1680), às margens do Rio da Prata e intensificou-se a movimentação de tropas entre Laguma e o Sacramento, especialmente pelo litoral. Surge, no cenário, Cristóvão Pereira de Abreu que é considerado o primeiro tropeiro. Esse tropeiro abre o primeiro caminho para levar tropas de gado e mulas do Rio Grande do Sul para a Província de São Vicente, hoje São Paulo. Era o início do tropeirismo.

3. FUNDAÇÃO DA PROVÍNCIA
A província de São Pedro do Rio Grande do Sul começa a tomar forma com a chegada de Silva Paes e a fundação de Rio Grande (Forte Jesus-Maria-José) - 1737. Aprofunda-se a iniciativa portuguesa de ocupação do território (também reivindicado pelos espanhóis) com a distribuição de sesmarias e a organização das estâncias. É a partir daí que são plantadas as bases sociais e econômicas do Rio Grande do Sul. Depois de Rio Grande, foi fundado Rio Pardo e, ali, surge a figura de Rafael Pinto Bandeira e sua atividade militar na defesa do território contra as invasões castelhanas: Rio Pardo, a tranqueira Invicta.


4. OS AÇORIANOS E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE O tratado de Madri (entre Portugal e Espanha) previa a troca da colônia do Sacramento pelos sete Povos das Missões, o que resultou na Guerra Guaranítica. Os portugueses planejaram ocupar as Missões com casais de açorianos e implantar na região uma espécie de colônia agrícola. Os açorianos chegaram a partir de 1754 e não puderam ser enviados para as Missões em função da Guerra, permanecendo na região litorânea e nas proximidades do Porto do Dornelles, fundando o Porto dos Casais, hoje Porto Alegre, a Capital do Estado. Eles ocuparam, também, as margens dos rios Jacuí e Taquari, fundando cidades como Triunfo e São Jerônimo. A agricultura ganhou impulso com os açorianos que se dedicaram ao cultivo de culturas como o trigo, milho e feijão. Os açorianos influem muito na implantação da cultura da família (a clã), até aquele momento praticamente desconhecida pelos habitantes que lidavam com o gado numa vida sem paradeiro. Dos açorianos temos muito das nossas músicas, danças, culinária, fé religiosa e modo de vida.

5. ÉPOCA DAS CHARQUEADAS (1780 - 1840)
A lida com o gado ganha um ingrediente importante a partir das charqueadas. Essa foi a primeira e mais importante indústria do Estado. Por largo período o Estado teve nas charqueadas seu motor econômico mais significativo.É no período das charqueadas que o uso dos rios e lagos como meio de transporte ganha impulso, especialmente entre Porto Alegre e Pelotas. A economia passa a depender da força de trabalho dos negros escravos trazidos para as charqueadas. Foi um período de grande crescimento econômico, especialmente de Pelotas e Rio Grande, mas também foi o período triste se analisado do ponto de vista humanitário ou do direito natural dos homens. Os negros foram tratados como simples animais nas charqueadas.

6. A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA PROVÍNCIA
A província de São Pedro do Rio Grande do Sul somente ganha uma administração própria no ano de 1809. Sob o ponto de vista da administração pública, esse é o momento em que o Estado adquire autonomia. A partir da organização administrativa da Província, a Capital, Porto Alegre, se desenvolve e começa a ganhar contornos de modernidade com o surgimento de prédios e de uma arquitetura própria. Outro episódio importante daquele primeiro quarto do século XIX, é o desaparecimento da província Cisplatina e o surgimento do Uruguai (1828). Destaca-se para isso a Guerra da Cisplatina. O episodio mais significativo dessa guerra foi a Batalha do Passo do Rosário, não somente por ter protagonizado a maior concentração de tropas já vista na America do Sul, mas pelas suas conseqüências políticas.

7. COLONIZAÇÃO - PRIMEIRA FASE
Imprescindível para a compreensão da identidade regional é reconhecer a importância da colonização do território por europeus. Primeiro chegam os alemães. Estabelecidos inicialmente na Real Feitoria do Linho Cânhamo (1825), hoje São Leopoldo, expandiram-se para o norte e oeste, ocupando grande parte dos vales. Foram os alemães que implantaram as primeiras indústrias (artesanato) no território gaúcho. Podemos destacar, além da culinária, também a música, a dança e o espírito do cooperativismo trazido pelos alemães. A nova "ética do trabalho" também se deve aos imigrantes.

7. REVOLUÇÃO FARROUPILHA
Episódio considerado como marco fundador da identidade regional, a Revolução Farroupilha teve início em 1835 com a tomada de Porto Alegre. Vale estudar as causas dessa revolução e o papel que a maçonaria desempenhou no fomento do conflito. A figura de Antonio de Souza Netto que patrocinou a proclamação da República Rio-Grandense (1836) merece ser bem estudada. Bandeira e Hino o hino da República Rio-Grandense foram uma conseqüência da proclamação de Netto. O episódio da tomada de Laguna e a criação da República Catarinense (1839) merecem destaque pelo significado político: os farroupilhas pretendiam implantar no Brasil uma República Federativa, integrada pelas províncias autônomas. O fim da revolta no ano de 1845, sem que os objetivos fossem alcançados, mas com conquistas importantes consubstanciadas naquilo que passou para a história como Paz de Ponche Verde, assinada nos campos de Dom Pedrito.

8. NA DEFESA NACIONAL
A tônica da história do Estado foi a defesa do território contra os interesses castelhanos. A Guerra contra Rosas (1854) é um marco importante nesse mister. Os mesmos farroupilhas que haviam lutado contra o Império Brasileiro foram os que defenderam o Brasil contra as pretensões expansionistas do ditador argentino. A Guerra do Paraguai (1865) foi outro episódio importante. Os gaúchos formaram vários "Corpos de Voluntários da Pátria" para a formação do exército da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), combatendo o Paraguai e seu ditador Solano Lopes. -Depois da Guerra do Paraguai tem início da modernização do Brasil e do Estado, com a implantação das estradas de ferro. Houve a partir de então uma significativa melhora nos transportes e na integração do território.

9. REVOLUÇÃO FEDERALISTA
No ano de 1889 instala-se a República Brasileira. O fim do Império dá início a um novo momento político. No Estado há uma intensa disputa pelo poder. As figuras de Julio de Castilhos e de Gaspar Silveira Martins surgem como estrelas da disputa política o que resultou na Revolução Federalista. A "guerra da degola". Pica-paus e maragatos mancharam o território com o sangue dos gaúchos. Duas ideologias, duas facções, dois interesses convulsionaram o Estado por dois anos (1894-96). No final, a implantação da administração positivista. No ano de 1892, o Corpo Policial é extinto e no seu lugar surge a Brigada Militar como um exército estadual.

10. A COLONIZAÇÃO - SEGUNDA FASE - COMPLETA-SE O GHAÚCHO
A chegada dos Italianos no ano de 1875 marca a ocupação do último grande espaço territorial: a serra. Com sua força de trabalho, os italianos plantam cidades e imprimem um novo ritmo para a economia do Estado. Culturalmente contribuem com as suas danças, música, culinária, festas de comunidade e crença religiosa. Nesse período temos também a chegada de imigrantes Poloneses, Holandeses, ucranianos e outros grupos que, se não ocuparam grandes áreas, foram e são até hoje importantes para muitas comunidades do Estado. Neste ano de 2011 comemora-se o centenário da imigração Holandesa no Brasil. É o ano da Holanda no Brasil.

11. GAUCHISMO: CULTO E PRÁTICA
A identidade gauchesca começa a ser estudada, compreendida e difundida, mesmo que de forma romântica, com o surgimento do Partenon Literário em Porto Alegre (1858). Foi naquela "confraria" que surgiram os primeiros escritores e poetas valorizando o gaúcho e sua cultura. Mais tarde surge a figura de João Cezimbra Jacques que capitaneou a fundação do Grêmio Gaúcho (1898). Foi essa a primeira iniciativa de organização social, como um clube, para resgatar e preservar aspectos importantes da cultura gauchesca. Em seguida foi a vez de João Simões Lopes Neto fundar a União Gaúcha de Pelotas (1899), seguindo-se uma série de clubes gauchescos pelo Estado. Foi no ano de 1947 que toda a experiência acumulada desde o Partenon Literário, que resultou na primeira Ronda Gaúcha no Colégio Julio de Castilhos, o episódio de 5 de setembro com "O Grupo dos 8" e, depois, já no ano de 1948 o surgimento do 35 CTG que deu o modelo seguido por inúmeros outros Centros de Tradições no Estado e fora dele. Hoje são mais de 3.000 CTGs, espalhados pelo mundo, reunindo pessoas (gaúchos sul-rio-grandenses e outros gaúchos) cultuando, valorizando e difundindo a cultura gauchesca e consolidando a identidade do gaúcho, fruto da sua trajetória histórica. O gaúcho é um tipo cultural, formado por inúmeras etnias e aspectos culturais herdados dos índios, espanhóis, portugueses, negros, açorianos, alemães, italianos, poloneses, holandeses ... e mestiços de toda ordem.



FONTE:BLOG RÁDIO RURAL

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pingos

Em cada ronda da vida
eu tive um pingo de lei.
Montado, sou como um rei,
pelo garbo e o entono.
Cavalo pra mim é um trono:
e neste trono me criei.

De piazito já encilhava
um peticinho faceiro,
que era cria de um overo
e de uma egüinha bragada:
era da cor da alvorada
o meu petiço luzeiro!

Rosado como as manhãs,
do pêlo da própria infância,
mascando o freio com ânsia,
parece que até sorria...
Chamava-se "Fantasia"
e era a flor daquela estância.

Já mocito, o meu cavalo
era um ruano, ouro nas crinas,
festejado pelas chinas
que o chamavam - "Sedutor".
Formava um jogo de cor
sob os reflexos da aurora
co'os cabrestilhos da espora
e os flecos do tirador.

Naqueles tempos de quebra,
nos bolichos, ao domingo,
sempre floreando meu pingo
todos me viram pachola
com o laço a bate-cola
e virando balcão de gringo.

O meu cavalo de guerra
chamava-se "Liberdade"!
Chomico! Ouanta saudade
me alvorota o coração!
Era um mouro fanfarrão,
crioulo da própria marca
e eu ia como um monarca
na testa de um esquadrão.

Em uma carga das feias
(como aquela do Seival)
o mesmo que um temporal
rolamos por um lançante
e até o próprio comandante
ficou olhando o meu bagual.

Homem feito e responsável,
o meu flete era um tostado,
tranco macio, bem domado,
(êta pingo macanudo!
desses que "servem pra tudo",
segundo um velho ditado.

Mui amestrado na lida,
um andar de contra-dança;
de freio, era uma balança,
campeiro, solto de patas...
Gaúcho, mas sem bravatas,
e o batizei de "Confiança"

O cavalo que encilho
nesta quadra da existência,
dei-lhe o nome de "Experiëncia".
É um picaço de bom trote
e levando por diante o lote
rumbeio à Eterna Querência.

E, assim, vou descambando,
ao tranco e sem escarcéu,
sempre tapeado o chapéu
por orgulho de gaúcho,
e se Deus me permite o luxo
entro a cavalo no céu! 

Guilherme Schultz Filho
gentileza de Ney Gastal

Fonte: Página do Gaúcho

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Hornero, o Rei dos Cavalos!

Estatísticas da progênie de La Invernada Hornero

     Caro leitor do Cavalo Crioulo, tenho tido a satisfação de estudar as linhagens mais importantes da Raça Crioula no Brasil nos últimos 25 anos. Preciso mencionar que todas as descrições e análises que apresento aqui se referem exclusivamente ao Freio de Ouro. Não há estudos relativos às exposições morfológicas da Expointer, o que talvez eu venha a fazer no futuro, a partir de outubro. Quero dizer, também, que não tenho enfatizado o caráter probabilístico-preditivo das análises, mas sim o de contar a história do Freio de Ouro através dos números.     Nesta edição, meu propósito é apresentar os resultados de La Invernada Hornero: o chefe-maior da Raça Crioula no Brasil e – se tenho direito a opinar – também na América. Eu explico. O cavalo n.º 1 do Chile é Casas de Polpaico Estribillo, assim considerado porque 37% de seus filhos participaram no campeonato nacional do Chile e porque é pai de vários campeões (como Reservado, Lechon, Escorpión, Estribillo II, Estimulada e Esquinazo). Se acreditarmos que o Freio de Ouro é uma competição mais exigente do que a chilena, se considerarmos que 38% dos 111 premiados nesta competição eram filhos de Hornero, se lembrarmos ainda que em torno de 33% dos filhos de Hornero contribuíram para sua pontuação no Registro de Mérito; então, sem sombra de dúvidas, Hornero foi um pai muito superior ao grande Estribillo. Além do mais, vale considerar que filhos de Hornero foram campões de 12 exposições morfológicas da Expointer desde 1987 (34%).
     João Vicente Sá me lembra, com muita propriedade, que pelas características e exigências de cada uma das competições (a chilena e a brasileira), não há como comparar verdadeiramente esses dois excepcionais cavalos crioulos pelo fato de terem padreado em países diferentes e em criatórios com estrutura, propósitos e matrizes diferentes. Com o que concordo: Não há como saber! Minha suspeita é que, se os irmãos Bastos Tellechea e Dirceu Pons tivessem importado Estribillo ao invés de Hornero, talvez este texto de hoje não fosse sobre o tordilho, e sim sobre o cavalo preto; eu tenho razões para supor, contudo, que os resultados não lhe seriam tão favoráveis, porque na competição brasileira a morfologia é critério de avaliação.



     Sobre essa questão da morfologia, Mariano Lemanski comentava comigo que a ‘febre’ de importação de chilenos puros que não atendem aos critérios estabelecidos para a raça no Brasil (seleção integral) é injustificável. E que isso deverá afetar a morfologia dos animais brasileiros e, em conseqüência, a sua avaliação nas competições da ABCCC. As evidências que colhemos na análise publicada na edição de dezembro último apontam para essa direção, ao detectar que quanto maior a taxa de sangue chileno, menor a avaliação morfológica. Por isso (e por outras razões também), a análise estatística selecionou como o melhor cavalo para o Freio de Ouro, o híbrido chileno (de ½ a ¾ de sangue). Assim, da ótica do Freio de Ouro, só teria sentido importar animais puros para a reprodução, para a produção de mestiços. Parecem ser esses os critérios adotados por cabanhas vitoriosas como São Rafael, Paineiras, Santa Edwiges, Santa Angélica, entre outras. Não quero dizer com isso que não devêssemos trazer animais do Chile, mas penso que deveríamos trazer apenas os animais de exceção daquele país, que têm condições efetivas de levar o plantel brasileiro a atingir seu objetivo de seleção. E já que me dei o direito de opinar: os chilenos puros produzidos em cabanhas brasileiras (como Itapororó e 38, por exemplo), porque tomam em consideração o equilíbrio entre função e morfologia, estão muito mais aptos a suprir as exigências da nossa competição do que grande parte dos importados d’além Cordilheira dos Andes. Dois bons exemplos disso são ‘Jalisco de Santa Angélica’ e ‘Festeiro do Itapororó’.

DESCENDÊNCIA VITORIOSA

     Para este estudo, analisei a 5ª geração de todos os 111 premiados desde 1982. Além dessa amostra, me baseei na árvore genealógica de 395 animais dos 408 classificados para as finais dos Freios de Ouro de 2000 a 2005. Somadas, as duas amostras contêm 5as gerações de 470 cavalos crioulos.

     Em relação ao papel desempenhado por Hornero, há uma distribuição irregular dos dados na amostra dos 111 premiados desde 1982, que pode ser dividida claramente em duas fases: uma anterior a 1995 e outra posterior. Até aquele ano, 67% de seus filhos eram ½ sangue, fruto de cruzamentos com éguas sem sangue chileno, principalmente rio-grandenses. A partir de 1996, tendem a aparecer com maior freqüência (75%), entre os vitoriosos, filhos seus com em torno de ¾ de sangue. De seus 22 filhos vencedores ½ sangue, 82% obtiveram premiação até 1995. Não houve filhos premiados em 2004 e 2005. Esse quadro é parcialmente explicado pela ausência de Hornero há quase 10 anos. A tendência natural é que, até 2009, apareçam poucos filhos seus entre os premiados, mas devemos continuar a ver seus netos brilhando.

     Entre os 395 animais classificados para as finais dos Freios de Ouro de 2000 a 2005 analisados, estiveram presentes 79 filhos, 125 netos, 65 bisnetos e 13 tataranetos de La Invernada Hornero. Isto é, 72% dos finalistas tinham seus gens e mais da metade eram ou filhos ou netos desse excepcional raçador. Nesse período, iguais 72% de descendentes seus foram premiados (8 filhos, 10 netos e 5 bisnetos). Uma forma possível de ler esses resultados é que, embora a taxa de descendentes de Hornero seja a mesma entre finalistas e premiados (72%), há proporcionalmente maior participação de filhos do que de bisnetos de Hornero entre os ganhadores de ouro, prata e bronze. O que pode significar que quanto maior o grau de parentesco com Hornero, maiores tenham sido as chances de premiação.

     Essa constatação é corroborada pelos resultados comparativos das provas funcionais e morfológicas desses 395 animais. Os filhos têm desempenho superior aos animais com menos ou nenhum sangue de La Invernada Hornero. O Gráfico demonstra que decresce a média funcional à medida que decresce o grau de parentesco com Hornero. O mesmo acontece com o desempenho morfológico, já que a média dos filhos (7,2) é superior ao 7 obtido por netos e bisnetos (os animais sem parentesco com Hornero obtiveram média morfológica de 7,1).

Gráfico 1 – Desempenho funcional médio dos finalistas dos Freios de Ouro de 2000 a 2005 por grau de parentesco com Hornero

     É exatamente isso, também, o que mostra a história do Freio de Ouro. Dos 111 prêmios distribuídos desde 1982, se considerarmos apenas o parentesco em maior grau com Hornero, veremos que, dentre os ganhadores de ouro, prata ou bronze, havia: 42 filhos (38%), 15 netos (14%) e 8 bisnetos (7%) – não havia tataranetos exclusivos entre os premiados. Desses 42 filhos de Hornero, 14 ganharam o Freio de Ouro, 16 de Prata e 12 de Bronze.

     Talvez seja por isso que – quando perguntamos ao Ricardo Pinto Torres (técnico da ABCCC e profundo conhecedor da raça crioula) sobre qual sangue deve ter um produto da nossa criação – ele responda: “Hornero! Sempre Hornero!”

PAI DE BONS PAIS

    Dentre os filhos premiados de La Invernada Hornero, alguns se destacaram também como pais: Nobre Tupambaé, BT Brazão do Junco e Butiá Arunco foram Freio de Ouro e tiveram filhos premiados e finalistas nas últimas 5 edições (ver quadro). BT Faceiro do Junco, BT Butiá e BT Bailongo foram premiados e tiveram vários filhos finalistas. BT Hobby do Junco e Chicão de Santa Odessa não foram premiados, mas seus filhos o foram. BT Delantero, Entrevero Charrua, BT Cara e Coroa e BT Favorito tiveram mais de um filho finalista no período pesquisado.

Animal
Filho(s) premiado(s)
N.º de filhos finalistas entre 2001 e 2005
Nobre TupambaéRico Raco Tupambaé
11
BT Hobby do JuncoLargo da 3 J
Gago de Santa Angélica
1
BT Brazão do JuncoCampana Farrapo

Butiá AruncoDelicada da Água Funda
2
Chicão de Santa OdessaSanta Etelvina Helenita
1
BT Faceiro do Junco
4
BT Butiá
4
BT Delantero
4
BT Bailongo
3
Entrevero Charrua
2
BT Cara e Coroa
2
BT Favorito
2
 QUADRO 1 – Os filhos de Hornero que produziram finalistas ou premiados no Freio de Ouro
     Como já escrevi na edição passada, tanta competência em um só cavalo talvez tenha explicação no processo endogâmico do qual é resultado. Pela concentração de gens, Hornero tem, na prática, dez avós: quatro naturais (Vastago, Noche Buena, Sanción e Coiron III, do qual é também bisneto) e outros seis por consangüinidade (Guarda, Madrigal, Curanto, Alfil II, Angamos e Beduíno 2), todos importantes no Chile, sem exceção. Além disso, podemos hipotetizar que Hornero, além dos naturais, teria outros quatro bisavós extraordinários: Africano, Azahar, Mezcla e Cristal 1.

     Pelo muito que já se falou sobre as qualidades de La Invernada Hornero e por tudo o que foi dito aqui, é que lhe fazemos reverência. A raça crioula é pródiga em cavalos de lei. A cada ano surgem de seis a dez animais excepcionais, a maior parte deles com seu sangue. Desde que chegou ao Brasil, Hornero provocou uma revolução genética, criou uma dinastia. Portanto, já que seu melhor filho é Nobre, podemos proclamar com toda a convicção, como está dito nos versos de Rodrigo Bauer cantados por Joca Martins...

“Desde então, por onde ande, HORNERO É O REI DOS CAVALOS!”
Agradecimentos, pela leitura crítica e pelo retorno, a
Mariano Lemanski (Cabanha São Rafael)
Edilon Xavier de Almeida (Cabanha do Campestre)
João Vicente Sá (Cabanha do Barreiro)Beatriz Pereira (Cabanha Primorosa)

Autor: Prof. Dr. Luís Centeno do Amaral - centenoamaral@terra.com.br
                    Fonte: Sitio São Miguel Arcanjo